terça-feira, 21 de setembro de 2010

Argumentos e contra-argumentos para utilização da bicicleta como meio de transporte.


Ontem a noite, eu e Ana fomos assistir ao filme "O refúgio" no Cine Glauber Rocha. Depois fomos para o "O Líder", no Dois de Julho, comer o famoso sanduíche de pernil com queijo. Nós não fomos de bicicleta pois a bike de Ana estava na casa da irmã dela. Bem, chegamos no Líder e encontramos dois amigos/conhecidos. Nos cumprimentamos na entrada e um deles disse que estava acompanhando pela internet o movimento que a gente estava fazendo em relação à questão da bicicleta. Depois disse que viu um grupo grande de ciclistas passarem pela rua mais cedo, com aquelas roupas... d
e ciclista, com luvas, capacetes, etc. Ele disse que parecia uma coisa sem naturalidade, forçando um pouco a barra, como se quisessem forçar a serem "vistos", percebidos, pois toda a estrutura para o trânsito está montada de forma a ser contra a utilização das bicicletas nas ruas. O outro amigo também disse algo parecido, demonstrando que achava um erro andar de bicicleta nas ruas pois não existe nem espaço para os carros, quanto mais para bicicletas. Bem, a conversa não aconteceu, primeiro porque só eles falaram e eu estava com fome e n ão estava com saco de argumentar nada. Me despedi educadamente deles e fomos para uma mesa interna.

As colocações desses meus amigos deixam claro o que pensam talvez grande parte das pessoas (de classe média?) em relação ao uso das bicicletas. Isso demonstra uma grande ignorância pois a bicicleta é um veículo (de tração humana) e o seu uso é regulamentado pelo Código de Trânsito Brasileiro, que diz que as bikes tem prioridade no trânsito em relação aos outros veículos (motorizados). Mostra também que estas pessoas não acreditam em possíveis mudanças a partir dos seus atos (ou seja, a partir da micropolítica e não da macro). E mostra também que elas só aceitariam fazer parte disso quando as coisas fossem/estivessem propícias para tal, ou seja, quando já existisse consciência de todos em relação ao uso, quando a estrutura já estivesse montada, com ciclovias, ciclofaixas, etc... Ou seja, se as coisas já estiverem perfeitas eles participam, mas fazer parte da mudança eles não querem pois é trabalhoso e perigoso.

Para essas pessoas, em geral de nível universitário, o que espero não é nem que andem de bicicleta, mas que pelo menos entendam quem escolhe andar e respeite essa decisão, ou seja, não precisa nem ser um usuário de bicicleta mas que seja um simpatizante e entenda os benefícios de se utilizar as bicicletas, etc.



http://2.bp.blogspot.com/_JASpxlBQ_4E/TJpCBl-HZsI/AAAAAAAAF1c/6CsdmNIu0Sg/s1600/O+que+todo+motorista+deveria+saber.jpg

imagem retirada daqui.

Roquinho
Em Salvador, de bicicleta.

Um comentário:

  1. Com esse tipo de pessoas não adianta discutir. Além de usar o carro com um "brevet" para aceitação social, desconhecem o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) afirmando que o trânsito é dos carros.
    É por atitudes assim que pessoas são desencorajadas a usar bicicletas ou outros tipos de mobilidade. Se chega ao trabalho de carro, a primeira pergunta é se está economizando gasolina, pela questão financeira e não pelo bem estar físico e do Meio Ambiente.

    Mas não podemos relaxar, concordo com você quando afirma que toda mudança é trabalhosa e perigosa. E bem perigoso aqui em Registro/SP, onde os cavaleiros invadem a ciclovias.

    Valeu!

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